Estudantes da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana (PR), realizaram na noite desta quinta-feira (15) uma manifestação para reivindicar ao Governo do Estado maiores investimentos para a instituição, que, segundo eles, está “em ruínas”. Entre os pedidos, os alunos reclamam das faltas de segurança e linhas diretas de transporte público à universidade, além das condições precárias de infraestrutura e saneamento na instituição acadêmica. (veja o vídeo abaixo)
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Os alunos do Centro Acadêmico de Serviço Social encaminharam um ofício à direção do campus para reclamar sobre as condições precárias de infraestrutura e saneamento na instituição acadêmica. As demandas foram reunidas em um ofício que solicita melhorias em diversas áreas.
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Entre as queixas está falta de infraestrutura e saneamento, com odor constante de esgoto e fossas, sujeira de barro em áreas comuns e salas de aula; salas de aula com carteiras quebradas, tomadas defeituosas e ventiladores barulhentos; falta acessibilidade, com rampas, elevadores e banheiros adaptados; biblioteca com infiltrações que danificaram mais de 700 livros, estacionamento sem asfalto, com a superfície irregular, buracos, poças de água e acúmulo de lama; quadra com holofotes queimados, grades enferrujadas e falta de materiais para treino como bolas, redes, entre outros.
O Centro Acadêmico de Serviço Social e o Diretório Central dos Estudantes também realizaram uma pesquisa via Google Forms, entre os dias 16/04 e 23/04, para coleta de sugestões e reclamações no campus. Entre as queixas a falta de investigação de casos de assédio na instituição, falta de linha direta de ônibus para a Universidade, problemas com o wifi do campus, disparidade entre os cursos da universidade, falta de limpeza entre outros.
No início da noite desta quinta-feira, um aluno chegou a ter o celular roubado dentro da instituição, que invadiu o local ao cruzar a linha de trem que divide o terreno da universidade com a “Cidade de Deus” que fica entre o Recanto das Araras e o Núcleo Habitacional Michel Soni e vem sendo uma região com alto índice de criminalidade. De acordo com os acadêmicos, o registro de crimes no campus é recorrente.
“Estamos reivindicando um direito humano, que é segurança, educação e o acesso de plena qualidade de todos os direitos sociais garantidos pela constituição. Estamos aqui lutando pelo mínimo”, disse Eduardo Camargo, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Anne Gonçalves, estudante do curso de Serviço Social, ressaltou a insegurança que os acadêmicos passam no dia a dia. “Os invasores entraram por um lugar que está completamente abandonado pela Unespar. Não há luz, grades ou muro para proteger os estudantes. Precisamos de mais segurança aqui dentro do campus”, disse.
Fabio Henrique de Souza, outro aluno da Unespar, que é PCD e usa uma cadeira de rodas para se locomover, reclama da falta de acessibilidade, além da insegurança que tem durante a espera do transporte coletivo nas noites.
“Dentro da universidade a acessibilidade já é difícil, como também para acessá-la. Isso dificulta para todos os outros alunos. Temos ônibus lotado, poucas linhas de ônibus. São limitadas. O horário apertadíssimo e se você perde um ônibus à noite, a espera é de uma hora para outra. Ali na rodovia é escuro, sem ciclovia e calçada nas beiradas, sem iluminação, não tem acesso seguro nenhum”, reclamou.
Durante o protesto, eles apresentaram cartazes com frases como: “Se a verba existe, porquê o campus está em ruínas?”; “Segurança já”; e “A Unespar está esperando algo pior acontecer?”.
O que diz a direção
Em contato com o TNOnline, o diretor da Unespar Apucarana, Daniel Fernando Matheus Gomes, confirmou o recebimento do ofício e afirmou que o teor documento foi discutido no Conselho de Campus, órgão máximo da instituição, e que representantes discentes participaram da reunião.
Segundo ele o Conselho de Campus aprovou uma solicitação para que a Reitoria participe de uma reunião para discutir os problemas apresentados, não apenas pelo Centro Acadêmico de Serviço Social, mas também por docentes e outros membros da comunidade universitária. A ata da reunião será elaborada e, posteriormente, será feito um convite formal à Reitoria.
A direção do campus afirmou que continuará trabalhando para atender às demandas da comunidade acadêmica e que aguarda a reunião com a Reitoria para discutir soluções para os problemas apresentados. “A direção do campus expôs as obras que vem fazendo e tudo que foi desenvolvido nesse período. Continuamos em obras e o campus é antigo, requer cuidado permanente. Na medida do possível, estamos tentando atender a todas as demandas”, ressalta o diretor.
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